Testemunha diz que ouviu gritos de vítima atingida por muro em SP
Acidente deixou um morto na Avenida da Liberdade, no Centro.
Ao menos 19 equipes, com 50 bombeiros, trabalhavam nas buscas.
O movimento de pedestres era intenso na calçada da Avenida da Liberdade, no Centro de São Paulo, quando o muro de uma obra desabou sobre um pedestre. Uma das testemunhas do acidente, ocorrido na altura da Rua Condessa de São Joaquim, afirma ter ouvido os gritos do homem no momento em que era soterrado pelos tijolos, no início da noite desta quinta-feira (28).
“Vi que um cara tropeçou no outro e não deu tempo. Escutei o barulho dele gritando”, disse o vendedor Romário Dantas Estrela, de 21 anos. O jovem contou que chegou à região por volta das 17h30 e que, no horário, o muro estava intacto. “Depois, estavam caindo os tijolos. Eu olhei e a parede tinha rachado, veio de uma vez”, contou. “Tinham umas 30 pessoas no farol que escaparam e também um carro que passou na hora, mas escapou.”
A também vendedora Elisângela Maria do Nascimento, de 30 anos, trabalha em uma barraca em frente ao acidente. Ela conta que, por volta das 18h30, escutou um barulho e, depois, o prédio caiu. “De repente, começou a estalar o prédio. Um senhor estava sentado na guia. Eu sei que caiu em cima do senhor. Foi questão de segundos. Todo mundo começou a correr. Uma cliente aqui minha quase desmaiou, ficou pálida, viu tudo”, disse.
O estudante Alexandre Hage, de 24 anos, havia acabado de chegar à faculdade onde cursa direito, situada bem à frente do local do acidente. Ele contou que o muro desabou após um estalo. “Caíram pedaços grandes da parede. Pessoas que estavam aguardando o sinal vermelho para atravessar começaram a correr. Eu estava no celular e falei: 'Ocorreu uma tragédia'.”
Pelo horário, o jovem disse ter pensado que mais pessoas estivessem sob os escombros. “Era hora que o pessoal chega na faculdade”, afirmou. “Corremos e começamos a retirar as pedras e o entulho no local. Fiquei desesperado, pois podia ter aluno da faculdade [soterrado].”
Valdenice da Silva, de 31 anos, diz ter visto o muro cair sobre três pessoas. “Estava aqui, vi que tinha muita gente na calçada. A maioria conseguiu sair. Cheguei até a chorar, muita poeira”, contou.
Acidente
Até as 21h, os bombeiros haviam resgatado somente um corpo. A corporação informou que não havia informações de outras vítimas, mas as buscas continuavam –inclusive com o auxílio de cães farejadores. Ao menos 19 equipes, com 50 bombeiros, foram encaminhadas para lá. Equipes do Samu e da Defesa Civil também estavam na região.
Até as 21h, os bombeiros haviam resgatado somente um corpo. A corporação informou que não havia informações de outras vítimas, mas as buscas continuavam –inclusive com o auxílio de cães farejadores. Ao menos 19 equipes, com 50 bombeiros, foram encaminhadas para lá. Equipes do Samu e da Defesa Civil também estavam na região.
O coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil, disse que aguarda os bombeiros retirarem o entulho para interditar o terreno e vistoriá-lo. Ele disse que foram feitas muitas escavações na obra. Apesar de afirmar ser prematuro dizer o que causou o desabamento, o coronel levantou a hipótese de que o escoramento não tenha sido adequado.
A Avenida da Liberdade estava totalmente interditada por volta das 18h55 perto da Rua Condessa de São Joaquim, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O órgão recomenda aos motoristas que evitem circular pela região.